Friday, September 04, 2009

Imaginário

Abre os braços, cobre, com teu belo manto
O meu corpo ferido que por ti estremece.
Às entranhas fui, aniquilei a prece
Da inveja, usurpadores, de teu amado encanto.

Se por ti eu morro, não será em vão
Cedo-te minh'alma, entregue a esse amor,
O único capaz de me arrancar a dor,
que habita em meu peito, pobre coração.

Por agora te deixo, entregue à sorte
À espera de renovada união
Tudo farei, até fugir da morte.

O que há numa vida sem paixão
Uma existência vil, inútil, torpe?
Um contar de dias sem razão.

Soneto escrito para um amor ideal, imaginário, para uma pessoa que apenas existe na minha cabeça... É o espelho daquilo que eu sinto quando estou apaixonado. É por isso dedicado a todas as pessoas por quem já me senti apaixonado. E é meu no sentido de ser o mais próximo que consegui de tentar traduzir por palavras aquilo que eu sou enquanto ser apaixonado...

1 comment:

Silvana Andreia Saraiva said...

O post está muito bom!
Bem, primeiramente obrigada :)
E sim é verdade mesmo, o amor é um sentimento natural. E de mim falo ao interpretar o papel do conquistado, quando somos "os conquistados" acreditamos que tudo que idealizamos acaba por se concretizar mesmo que não afastemos uma palha. E por vezes deixamos tudo na mão do 'conquistador', esse que nem sempre vai ultrapassar as barreiras todas, e é aí que entra o teu ponto (e eu acho que tens toda a razão), o conquistador também já criou calo, porque também ele já foi ou é (o) conquistado. Como conquistadores quando sentimos que damos mais do que recebemos ou quando damos e sabemos que não é recíproco, recuamos sim, desiludidos. E a verdade é que muitas das vezes como conquistados não paramos para perceber como vai a situação do outro lado. O conquistador, também está no papel de conquistado enquanto conquista! Não podemos acreditar sempre nisto que eu falo no meu texto, porque cada caso é um caso e o amor ainda não tem regras. Um beijinho. :)