...certo ou nem por isso...

' O Bom Rebelde ' , Gus Van Sant

O cinema é daquelas artes que teria que existir sempre, pelo menos não me imagino num mundo desprovido de filmes. Como veículo que nos transporta para outra dimensão, que nos faz sonhar, que nos relembra a cada instante a nossa capacidade de sentir, o cinema é fundamental no meu dia-a-dia.

Há dias, quando acabei de rever os filmes do James Bond pela enésima vez - confesso que o meu gosto pelo 007 é um pouquinho doentio - vi-me num dilema. Voltar ao início ou variar um pouco. É óbvio que vejo outros filmes para além do James Bond, mas ao adormecer sabe-me mesmo bem... Optei então por um dos muitos filmes que o gosto pelo coleccionismo do meu Pai me proporciona, e revi o 'Bom Rebelde'. É sempre bom rever um filme de qualidade, e ver a diferente perspectiva que os anos passados e as vivências associadas nos trazem. Se tinha gostado da primeira vez, ainda gostei mais desta. Quem viu o filme sabe do que se trata, quem não viu deve urgentemente fazê-lo. E o que mais me chamou a atenção, para além do diálogo à beira do rio entre Robin Williams e o 'rebelde' Matt Damon, que é brutal, foi a belíssima conclusão que retirei do filme, ou seja, a moral da história. É que por mais brilhante que se preveja o futuro, por mais capacidades que tenhamos, por maiores que sejam as expectativas criadas em torno de nós, tudo isso só tem valor depois de conseguirmos, ou de obtermos algo fundamental: dar sentido a tudo isto... E é isso que ele faz, partir de encontro àquilo que ele achava que mais sentido dava à sua vida... não somos todos iguais, nem somos mais nobres ou menos nobres por valorizarmos de maneira diferente os diversos campos da vida mas, no meu caso pessoal, o final do filme é exactamente aquele que eu escolheria...