Num mundo imperfeito e cruel,
Onde se pinta em tons de cinzento
Num dia mais de meu tormento
Uma visão em tons de pastel!
Soltei as amarras não resisti,
Aos olhos do escuro mais claro que vi.
A solidão que me cegava,
Já cego eu estava e na escuridão perdido
O sonho de amor totalmente esquecido
E o punhal da traição carregava.
Luz intensa quente e vibrante
Limpaste-me a alma naquele instante.
Naquele momento o tempo parou,
E subitamente o amor disparou.
As cores regressavam, o negro matavam,
As feridas profundas agora curavam,
E as portas fechadas de novo se abriam
À luz da esperança sonhos renasciam.
Com tua luz própria, alva e brilhante
Foste visão de um paraíso distante.
Com fortes amarras me prendeste
No sorriso meigo que me deste.
E com teu perfume me soltei
Profunda leveza. Voei! Voei!
Antero Fernandes
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